Economia colaborativa, ou economia compartilhada, é um termo muito usado atualmente. Trata-se de um movimento que fomenta uma nova percepção do mundo, tendo o pensamento de que, perante os transtornos sociais, econômicos e ambientais, a melhor solução é dividir, e não acumular.
Esse conceito impacta na maneira como vivemos e na forma como fazemos negócios. Hoje, existem empresas de diferentes segmentos que viabilizam a troca e o compartilhamento de produtos e serviços.
Vamos nos aprofundar um pouco mais nesse tema? Continue a leitura e veja como a economia compartilhada modifica a nossa forma de comprar!
O surgimento do conceito de economia colaborativa
Poderíamos falar em um período para o surgimento do termo, mas a economia compartilhada existe há muito tempo. Os brechós, os aluguéis de casas, roupas e carros, os consórcios e condomínios, são exemplos desse conceito e existem há alguns anos.
Mas a disseminação relevante de novos modelos de economia compartilhada teve início nos Estados Unidos durante a crise econômica de 2008. Nos EUA, esse modelo econômico é chamado de “sharing economy”.
Após a crise, foi preciso reconsiderar o dilema do consumismo e descobrir alternativas para reduzir gastos e identificar novas fontes geradoras de receitas.
Os pilares da economia compartilhada
A economia colaborativa envolve a acessibilidade a serviços e bens por meio do compartilhamento, e não pela aquisição deles. Isso pode ser feito por meio de locação, troca, doação, empréstimo ou outra forma de negociação similar. Busca-se, assim, uma melhor qualidade de vida sem a necessidade de incorrer em desperdícios.
O sucesso da economia compartilhada é visto em todos os países e o que assegura esse sucesso é a união de seus três pilares:
1. O pilar social
Devido ao aumento populacional, torna-se fundamental pensar na sustentabilidade dos negócios e estimular a colaboração entre dois ou mais usuários, os sentimentos de compartilhamento e altruísmo.
2. O pilar econômico
Nesse pilar, a atenção se direciona para a flexibilidade financeira. Muitos produtos que compramos não são utilizados com frequência e pensando na economia colaborativa, podemos compartilhá-los para que se tenha um melhor aproveitamento de sua vida útil, além da redução de gastos.
3. O pilar tecnológico
A partir do acesso democrático à internet, a economia colaborativa se beneficia da disponibilidade às redes sociais, softwares e plataformas que auxiliam nos processos de aluguel, distribuição e financiamentos de projetos de maneira colaborativa, econômica e sustentável.
Modelos da economia colaborativa
A economia compartilhada pode ser dividida em três modalidades. Veja quais são elas e como podem ser aplicadas nas empresas:
1. Nicho de reaproveitamento
Como o nome diz, trata-se de reaproveitar itens em bom estado, mas que não são mais utilizados. Esse modelo reforça que não é preciso jogá-los fora e que uma boa solução é passá-los adiante.
Os brechós são exemplos de nicho de reaproveitamento e são conhecidos como “mercado de distribuição”. Algumas vantagens desse modelo são: a redução de desperdícios e do nível de consumo.
2. Habilidades compartilhadas
Nesse modelo, a pessoa pode fazer uso de suas habilidades para receber em troca alguma recompensa.
Trata-se de um modelo muito usado por pessoas que viajam para outros países e não têm muito dinheiro para custear suas despesas. Assim, elas podem, por exemplo, utilizar habilidades culinárias em um hotel como forma de arcar com a hospedagem e a alimentação.
3. Mercado de serviços e produtos
Esse modelo é o mais comum e refere-se ao compartilhamento de algum produto ou serviço, como o carro ou uma casa.
Quanto mais vezes o item for usado, mais diminuirá o impacto financeiro e, em alguns casos, até os impactos ambientais.
Impactos da economia colaborativa
À medida que as empresas entendem a importância e aplicam a economia colaborativa com mais frequência, elas tendem a otimizar seu desempenho e aumentam o poder competitivo. Esse conceito, proporciona outras vantagens para os negócios, como:
- redução de despesas;
- redução de desperdícios;
- fortalecimento do compromisso social;
- aumento da rede de influência (networking).
Além disso, ela também traz consequências para a sociedade. Entre elas estão:
- redução do uso de recursos naturais;
- novas formas de complementação de renda;
- contribuição com o meio ambiente e a sustentabilidade;
- facilidade ao acesso de produtos e serviços para pessoas com menor poder de compra.
Com isso, não apenas as empresas têm vantagens, mas toda a sociedade ganha ao adotar esse conceito em seus consumos.
As tendências do novo modelo econômico
A economia colaborativa é uma tendência que vai se consolidar na sociedade mundial. O fenômeno do compartilhamento na mobilidade urbana pode ser explicado de modos diferentes. Um exemplo, é a importância de reduzir a quantidade de veículos que circulam nas ruas, devido a motivos ambientais.
O compartilhamento de bicicletas também se destaca no cenário atual, especialmente porque as ciclovias estão sendo ampliadas em muitos lugares. As principais metrópoles já contam com pistas específicas para bicicletas em ruas e avenidas.
Nos próximos anos, terá muitas novidades em relação ao modelo compartilhado, envolvendo diversos segmentos. O compartilhamento na economia se transformará em uma coisa normal na vida de todos.
Para confirmar isso, vale a pena conferir alguns dados, coletados em pesquisa realizada em 2019 pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Câmara Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL):
- 87% das pessoas entrevistadas acreditam que o novo modelo colaborativo está ganhando espaço na vida dos consumidores;
- 89% dos consumidores que já experimentaram algum tipo de economia compartilhada gostaram dos resultados;
- 51% dos entrevistados revelaram que o obstáculo principal é a falta de confiança;
- os serviços colaborativos mais utilizados no Brasil são: caronas (41%), aluguel de casas (38%), compartilhamento de vestuário (33%) e aluguel de bicicletas (21%).
O crowdsourcing e o coworking como estratégias do novo modelo
Além dos exemplos já citados, há duas estratégias que estão a cada dia ganhando mais espaço no meio corporativo, o crowdsourcing e o coworking.
Crowdsourcing é um processo em que as pessoas se reúnem para compartilhar conhecimentos e encontrar soluções para um determinado problema.
Já o coworking trata-se do compartilhamento do local de trabalho. Nesses locais os profissionais dividem as despesas e aumentam seu networking, pois podem conhecer novos profissionais e novos clientes, além de compartilhar experiências e conhecimentos.
O consórcio como exemplo consolidado de economia colaborativa
O consórcio é um claro exemplo da economia colaborativa. Muito antes do termo surgir, ele já existia e facilitava o acesso da população a bens de diferentes naturezas, como náuticos, imóveis e automóveis.
Com ele, é possível realizar uma compra compartilhada em que pessoas formam um grupo almejando um mesmo objetivo e, para isso, contam com a administração de uma empresa especializada no negócio.
Essa empresa, ou administradora, se responsabiliza pela gestão financeira, garantindo que todos tenham acesso ao bem que desejam e que cada participante pague, mensalmente, o valor definido no contrato.
Características da economia colaborativa nos consórcios
As principais características que fazem do consórcio um exemplo de economia colaborativa são:
- reunião de pessoas com o mesmo objetivo;
- o sucesso de um participante depende da cooperação de todos;
- acesso facilitado a bens de alto valor, como imóveis, caminhões, alguns modelos de automóveis e motos, máquinas/equipamentos, embarcações;
- todos os participantes têm as mesmas chances;
- possibilidade de escolher se deseja participar dos lances;
- cada um paga o seu próprio bem e, ao mesmo tempo, contribui para que o outro compre o seu.
A economia colaborativa tende a se consolidar cada vez mais. A sociedade deve repensar em suas ações e posicionar-se de outra forma frente aos hábitos de consumo e às estratégias de negócios. Assim, a inteligência coletiva é fundamental para reduzir problemas ambientais e socioeconômicos.
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